sábado, 6 de agosto de 2011

@round Europe 2011 - Parte 1

Gaia a Bayonne – 851 km

Atravessar o norte de Espanha é habitualmente algo monótono no entanto pode-se procurar sempre caminhos alternativos permitindo-nos conhecer novas cidades. Decidimos ir até Burgos, saindo bem cedo de Gaia, acompanhados por muita chuva e nevoeiro até Benavente (Espanha). A costa norte de Espanha é bastante interessante, com um microclima inconstante e uma paisagem mista provocada pelo verde da montanha com o mar Cantábrico. Burgos torna-se uma lufada de ar fresco no País Basco, com cor, dinâmica e vida. A arquitectura medieval contrasta com a paleta de cores dos edifícios. As estradas percorridas apresentavam bom piso, e as longas rectas de boa visibilidade permitem boas médias.




Bayonne a La Roche Sur Yon – 488 km

Em Bordéus já se respira França, sentimos Edith Piaf pelas ruas estreitas, onde nos deparamos com diversas culturas que nos levam a sentir os cheiros das especiarias contrastando com as verduras das bancas. As montras de macarons, confundem as pastelarias com lojas de design, onde transformam estas iguarias numa arte. Percorremos junto à costa marítima “navegando” até La-Roche-sur-Yon, próximo do Fort Boyard, onde é produzida a série televisiva com o mesmo nome, em que os concorrentes realizam provas de perícia e destreza. Sentimos a cultura Francesa motociclista em que as motos são respeitadas.



La Roche Sur Yon a Avranches – 306 km

Estamos a caminho da Normandia e ansiosos por conhecer o Moint Saint Michel. A passagem por Nantes levou-nos a conhecer o castelo dos Duques da Bretanha, onde as pontes levadiças em volta do seu fosso mantém-se intactas sem o aparente pesar de 500 anos de história. Ao avistarmos, ainda longe, o Moint Saint Michel depressa percebemos porque razão é tão procurado. Aparenta ser uma imagem de um filme de animação, apenas possível no imaginário, mas não, é bem real e impressionante, face à sua dimensão ou magnificência  É preciso ter algum cuidado com os horários das marés, em que os parques de estacionamento ficam totalmente submersos. Como habitual na França existe estacionamento privilegiado para motos com o preço reduzido.











Avranches a Paris – 375 km

A Normandia é fantástica, com estradas de piso excelente serpenteando planícies verdejantes. As vilas têm um estilo pitoresco em tijolo escuro, habitualmente próximas de rios e pequenas cascatas, mantendo sempre uma limpeza e organização invejável. A grande cidade de Paris estava mais próxima, e conforme nos deslocávamos as cores esmoreciam, dando lugar ao tom cinza industrial que ganhava intensidade. O trânsito acumulava-se bem como o frenesim, desaparecendo assim todo o respeito demonstrado pelos motociclistas até este momento. Paris é assim, a uma velocidade elevada onde os seus habitantes esquecem o esplendor da cidade onde vivem e circulam.



Paris – 29 km

Circulem a pé ou de transportes públicos... Os motociclistas aqui levam tudo ao extremo sem quaisquer cuidados ou precauções, as ultrapassagens são efectuadas ao milímetro, na esperança de que não haja uma travagem leve ou mudança de direcção de outro condutor. Não é impossível andarem em viaturas próprias, mas não é tranquilidade que impera aqui. A torre Eiffel é sem dúvida o ponto central, e consegue-se ter uma visão da grandiosidade desta cidade subdividindo-a facilmente na área industrial, comercial ou histórica.









Paris a Luxemburgo – 446 km

Voltamos à paisagem verde e fresca, em estradas de óptimo piso e respeito motociclista.  A passagem pela Bélgica foi breve, rondando cerca de 80km por nacionais, atravessando pequenas vilas onde imperava a tranquilidade e calma. Respirando o ar puro das enormes sequóias que impediam a passagem de luz, escurecendo estradas e bosques. Passeio muito agradável e calmo, mas que nos permitiu chegar rápido a Luxemburgo, onde nos deparamos com uma cidade de extremos. De um lado, a cidade nova com edifícios espelhados e arquitectura jovial, do outro os edifícios e monumentos mantém o espírito com mais de 300 anos de história. A população à semelhança da cidade em si, demonstra a contradição de funcionários do ministério que recorrem à utilização de bicicletas para se deslocarem para o trabalho com o excesso de Corvettes e outros carros de valores astronómicos importados. É fácil encontrarem quem fale Português, Inglês, Francês, Alemão entre outras línguas comprovando que é um gran-ducado multi-cultural  Tudo é perfeito, limpo e organizado, concluindo que a qualidade de vida aqui é invejável.





Luxemburgo a Estugarda – 390 km

Deixando as belíssimas estradas de Luxemburgo (seja pela paisagem ou pela qualidade do piso), a entrada na Alemanha comprovou que a melhor forma de circular por lá é por Autobahns. A vantagem de inexistirem limites de velocidade contrasta com a exagerada quantidade de automóveis nas estradas. As nacionais são confusas, igualmente congestionadas e não encontramos pela Alemanha estradas secundárias de fazer inveja. Estugarda é uma cidade industrial com enormes fábricas, no entanto no final do dia o centro da cidade enche-se de vida, em que os seus habitantes aproveitam os jardins públicos para relaxar, ler, tocar música, passear entre muitas outras actividades desportivas ou culturais.




Estugarda a Munique – 387 km

Trânsito infernal em todas as estradas, num fim de semana em que toda a Alemanha tentava fugir para destinos alternativos e a deslocação em massa dos centros para os lagos ou países vizinhos era impressionante, verificando-se assim filas de dezenas de quilómetros  Devagar e com cuidado extremo, ultrapassávamos entre filas, com um receio desconfortável uma vez que não nos cruzamos com outras motos e desconhecíamos como reagir por aqui… Na primeira oportunidade deixamos a autoestrada e percorremos as nacionais sem nada de fantástico a registar. A chegada a Munique foi uma lufada de ar fresco, a visita ao museu BMW comprovou a qualidade e organização Alemã. Percorremos Munique a pé, e descobrimos uma cidade com uma vida fantástica que se prolonga pela noite. Mais uma vez as bicicletas são constantes e contrastam com a diversidade de skates, patins, ou mesmo a utilização de monociclos como meio de transporte!








Munique a Viena – 399 km

Já estávamos próximos da Áustria e começamos a ouvir a Música no Coração com as montanhas dos Alpes como imagem de fundo. O calor excessivo tornava o percurso cansativo e a chegada a Salzburgo refrescou-nos o espírito! A cidade de Amadeus Mozart transparece composições em cada esquina, os músicos de rua arrepiam-nos com facilidade, em concertos fantásticos com todo o tipo de instrumentos desde violinos a balalaicas. A vista da fortaleza de Hohensalzburg é imperdível e permite tirar fotografias à cidade como se, de postais se tratassem.






Viena e Bratislava – 120 km

Como a Eslováquia era mesmo “aqui ao lado”, decidimos ir até Bratislava durante a manhã e não ficamos surpreendidos pela positiva. Um aspecto triste e desorganizado, sem cuidados na preservação da sua história onde nos deparamos com uma diferença social extrema. O castelo surpreendeu pela positiva em que não apresentava qualquer dano pela idade, mas uma pequena volta a pé pelo centro e voltamos para Viena algo desiludidos. Como ficamos alojados no centro de Viena, aproveitamos para passear pela cidade a pé. Rapidamente nos sentimos encantados pelos seus museus e praças que são verdadeiras obras de arte. Vale a pena visitar uma gelataria EIS conhecida pelos gelados biológicos, deliciosos, mesmo sobre uma inesperada chuva torrencial!









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