domingo, 24 de abril de 2016

1000 Milhas Honda Forza 125cc em menos de 24 horas



Os motociclistas
EDUARDO NOGUEIRA, 37 anos, desde pequeno que as motas foram a paixão que fazia rodar a cabeça atrás de qualquer uma que se cruzasse no seu caminho. Com algumas viagens no seu currículo desde a Europa ao Norte de África e muitos milhares de km, o gosto pelas duas rodas está para ficar. Gosta de tudo programado ao pormenor e cumprir horários faz parte da sua forma de estar. Insistente quanto baste, consegue sempre atingir os seus objetivos.
RUI SILVA, 34 anos, apaixonado pelas duas rodas, conta já com muitos milhares de km em duas rodas, seja no dia-a-dia em que anda sempre de mota, seja em viagens de várias semanas pela Europa ou Norte de Africa. Facilmente se adapta a novas e imprevistas situações, nunca achando que não consegue fazer aquilo a que se propõe. Desistir não é opção.

Iron Butt Saddlesore 1600Km
Mas afinal, que coisa de nome estranho é esta da Iron Butt Association e que prova é esta de fazer 1000 milhas em 24horas?
A Iron Butt Association (IBA) é uma associação norte-americana dedicada a promover e certificar seguras e longas viagens de mota em curtos intervalos de tempo. Imensamente conhecida no panorama norte-americano, na Europa não é assim tão frequente os motociclistas saberem da sua existência.
De entre as diversas provas que a IBA propõe, a mais frequente é precisamente a SaddleSore 1000 (1600 Km). Essencialmente esta prova consiste em percorrer 1000 milhas (1610km) num intervalo de tempo máximo de 24 horas.
O processo de certificação da viagem decorre de acordo com rígidas normas que implicam, por exemplo, a existência de testemunhas no início e no fim da viagem, ter comprovativos devidamente identificados e datados de pontos-chave do percurso, entre outros. Assim, garante-se que o certificado entregue é realmente entregue a alguém que o mereceu e que cumpriu as normas exigidas.
Não há prémios, taças ou medalhas. Há apenas um papel impresso que diz que fizemos determinados km em determinado tempo. E isso basta! Fazer um IronButt é um desafio de superação pessoal, não uma busca de reconhecimento ou um prémio. O prémio são os km feitos e o certificado é apenas um bónus.


Honda Forza 125
Na semana que antecedeu o evento “1000 milhas @ 125cc” tivemos oportunidade de circular com as Honda Forza 125cc que nos foram gentilmente cedidas pela Honda Portugal e pelo concessionário Motoboxe Porto. No caso da Forza de cor preta esta foi entregue com 0 km pelo que consideramos adequado fazer uma rodagem suave, sem acelerações a fundo nem atingir velocidades que exigissem rotações elevadas do motor. Esteticamente é sem dúvida uma moto com um porte imponente que engana à vista o motor que esconde, quem não conhece o modelo pergunta se é uma 300 ou uma 500. Consideramos que esta será uma das scooters com melhor estética do mercado sem comparar cilindradas ou outras características técnicas, preenche completamente as nossas ideologias com linhas suavemente agressivas, um “olhar” intenso com recurso a faróis LED e dimensões bastante generosas.
O espaço de carga da Forza é fenomenal, por baixo do banco esconde-se espaço suficiente para transportar dois capacetes integrais, para quem pensa em viajar equivale praticamente a duas malas laterais conseguindo um espaço de carga generoso. Na frente encontra-se um porta-luvas desenhado para uma garrafa de água sobrando espaço para colocar a carteira e mais alguns pequenos artigos. A tomada de isqueiro neste local permite o carregamento dos habituais gadgets de viagem, sejam o telemóvel, GPS, MP3, etc. Para quem o espaço de carga nunca é suficiente, a moto vem praticamente pronta para colocação de um suporte para topcase, o que aliando aos 48 litros de capacidade de carga de origem poderá mesmo ser mais que suficiente para uma viagem de férias a dois!
Quando premimos o botão Start soa a um modelo já bem conhecido, a PCX está cá escondida! Esta ideia fica exclusivamente com a moto ao ralenti, mas desaparece depressa quando saímos para estrada. A Forza tem um motor suave, linear e calmo, não sentimos nenhum pico de potência que nos deixe verdadeiramente deliciados mas se entrarmos em estrada aberta a facilidade com que ultrapassa os 100km/h e mantém-se acima dessa velocidade impressiona! Esquecemo-nos de que estamos numa 125 e em autoestrada não precisamos de olhar pelo retrovisor para confirmar se vamos ser ultrapassados por algum camião, o motor da Forza consegue circular suficientemente rápido com suavidade e consumos realmente baixos. Os estimados mais de 1610 quilómetros seriam uma prova dura para qualquer moto, mais ainda para uma moto com uma cilindrada tão pequena, classificada como citadina. Os pneus largos transmitem bastante segurança, aliados ao sistema ABS e ao baixo centro de gravidade torna-se numa moto com boa capacidade a curvar e um sistema de travagem bastante eficiente. A suspensão é totalmente adequada à moto, em autoestrada absorve bem as irregularidades sem nunca perder o controlo, em paralelos ou piso irregular consegue ser confortável e absorver com eficácia as irregularidades sem causar danos à coluna. A posição de condução é extremamente relaxada, permite esticar ligeiramente as pernas, os braços numa posição relaxada com os cotovelos a 90 graus. O banco é de luxo mesmo com mais de 20 horas de condução não causa qualquer mazela ou desconforto.
O vidro regulável foi uma surpresa, o sistema é de fácil utilização sem necessidade de utilizar ferramentas para o posicionar. Na posição mais alta protege completamente o tronco só sentindo algum vendo no topo do capacete, na mais baixa podemos circular a sentir o vento, o que é bastante agradável em cidade nos dias mais quentes de Verão.
Comprovamos o bom funcionamento do sistema Start & Stop, demorando cerca de 3 segundos para desligar a moto (quando o motor está quente) e o arranque pouco percetível bastante fluído, praticamente não ouvimos nem sentimos o motor de arranque a entrar em ação.


Introdução
Cada vez que saímos para um passeio de moto, independentemente do motivo, terminamos o mesmo a combinar mais um passeio ou outra “aventura”. Em 2013 fomos à concentração de Faro e mais uma vez aproveitamos para percorrer a nossa estrada de eleição, a Nacional 2. O Rui aproveitou para conhecer melhor a PCX, acompanhado pelo Eduardo na sua Varadero nesta tirada de Chaves a Faro. Aguentamo-nos razoavelmente em percorrer os 750km num só dia e rapidamente começou a crescer a ideia de fazer um “Iron Butt” (cu de ferro), conceito que se baseia em fazer 1000 milhas num período máximo de 24 horas contínuas. Conversa puxa conversa ficou no ar a ideia, com motos de média cilindrada e com velocidades no limite legal parecia um desafio “demasiado” fácil, pelo que procuramos informação e registos na página da Iron Butt Association (IBA) e encontramos muito poucos registos na categoria de scooters, tendo a IBA até criado uma categoria especial para cilindradas abaixo dos 300cc por causa dum motociclista americano que fez a prova numa scooter com 298cc nas 24 horas limite. Aproveitando a experiência que tínhamos com a Honda PCX surgiu a ideia de percorrer esta distância numa 125cc e sem dúvida que a Honda Forza foi a escolha acertada!





Crónica desta aventura
Depósitos cheios às 04:22, os pouco mais de 10 litros por depósito deixam muita inveja a quem anda de automóvel e precisa de depósitos superiores a 35 litros para percorrer a mesma distância… Seguimos pela A1 em direção a sul maravilhados pela excelente iluminação LED, com extrema precisão na direção da luz e na qualidade emitida. Estávamos “frescos” e a temperatura ajudava, só paramos em Tomar para abastecimento, as motos ainda não se encontravam na reserva, mas verificamos uma autonomia relativamente baixa que se deveu ao vento contrário que se sentia e velocidade de circulação quase no limite do razoável da Forza. Mesmo assim uma média de consumo aceitável para as velocidades que circulamos, foi a nossa pior média da viagem e rondou os 3,6 l/100. Seguimos pela A23 onde nos apercebemos que a viseira solar incorporada no capacete torna-se indispensável sobretudo no nascer e por de sol quando este incide diretamente contra nós.


O percurso foi definido a tentar evitar esta desvantagem, mas não sendo totalmente possível evitar o desconforto provocado pelo sol e quando se percorre estradas montanhosas a luminosidade pode mudar radicalmente pelo que é bem mais simples a viseira interna que a utilização dos tradicionais óculos que obriga a paragens para a colocação ou remoção dos mesmos em segurança. 


Saímos na IP2 em direção a Elvas, percurso feito na ordem dos 90 km/h e com médias muito próximas dos 2l/100. A estrada é excelente e foi o troço mais agradável da viagem. Fomos obrigados a “desviar-nos” dos pássaros com muita frequência, eram imensos e faziam pontaria às motos, tivemos sorte e não ocorreu nenhum encontro imediato! Este era o fim-de-semana da operação de controlo de velocidade e encontramos alguns radares escondidos atrás de arbustos ou placards informativos, juntos a carros descaracterizados e sempre posicionados nas longas retas.


Entramos em Espanha, desapareceram as portagens e o custo de combustível baixou. Para comprovar o registo do percurso abastecemos em todos os pontos de viragem, em Mérida fizemos mais uma paragem e abastecimento, já o sol estava forte e o dia bem agradável.

Foi nesse momento que pela primeira vez tivemos consciência que seriamos capazes de conseguir levar esta aventura a um final de sucesso, pois encontrávamo-nos algo adiantados no tempo para a distância percorrida. Foi uma paragem importante, pois permitiu descontrair um pouco e ficar com a noção que íamos com margem suficiente para algumas paragens de descanso e não apenas para efetuar abastecimentos sob pressão. Sorrimos, ficamos animados e mais relaxados.

O percurso inicial foi redefinido com alguns cuidados, um dos quais evitar ir em direção a Sevilla pois a viagem coincidiu com a prova do MotoGP em Jerez de la Frontera pelo que havia uma forte possibilidade de operações policiais intensas e longas filas nos abastecimentos, situações demoradas que pretendíamos evitar. Seguimos para Norte em direção a Salamanca, a Forza 125 rolava mais suavemente sem o forte vento que sentimos durante a madrugada, o piso era agradável e o trânsito era pouco! Tudo corria de feição na nossa viagem. As cidades com que nos cruzamos só podiam ser observadas por nós ao longe, demos preferência às vias rápidas e procuramos fazer as estradas circulares às cidades, evitando trânsito, semáforos e as limitações de 50 km/h nas localidades.


Não chegamos a entrar em nenhum bar ou restaurante para as refeições. Durante as paragens ingeríamos um petisco, uma barra de cereais ou uma sande sem sequer nos sentarmos face à necessidade de manter as pernas esticadas. Ao recorrer a refeições leves evitamos o sobre esforço do estômago para uma refeição mais completa e desta forma não sentiríamos a tradicional sonolência após almoço.


Na zona de Valladolid já contabilizávamos cerca de 12 horas de viagem e o cansaço começava a sentir-se, mas ao contrário do que seria esperado o banco da Forza é de um conforto fenomenal além de que a posição de condução é bastante relaxada, os braços ficam com os cotovelos num ângulo praticamente perpendicular e só peca por não ser possível esticar completamente as pernas. O vidro na posição mais elevada permite uma boa aerodinâmica e o pouco peso do capacete XT1 da Nexx não se fazia sentir, além de que a insonorização do mesmo é bastante adequada para a utilização do intercomunicador com conforto auditivo, permitindo ouvir música e evitar a melancolia das longas retas Espanholas.

A partir de Burgos a paisagem mudava, seguimos em direção a Oeste no “regresso a casa”, pelo que à nossa esquerda tínhamos planícies a perder de vista com um leve verde primaveril, à nossa direita víamos a cordilheira dos Picos da Europa ainda com muita neve. Os peregrinos nos caminhos de Santiago seguiam paralelamente, no mesmo sentido que nós e embora ainda tivessem de percorrer aproximadamente a mesma distância que nós, ainda distavam muitos dias de caminhada para o seu destino. 


Em direção a Este o sol escondia-se atrás das montanhas de Sanabria, Portugal estava mesmo ao nosso lado mas ainda faltam algumas centenas de kms e algumas horas para terminarmos a nossa viagem. Em Verín fizemos uma pequena paragem onde os pais do Eduardo aguardavam-nos. 

A sensação de regresso já tinha ocupado a nossa mente e é nestes momentos que as viagens se tornam mais perigosas, nos momentos que estamos mais seguros e confiantes cometemos mais erros, fazemos manobras mais abusivas e andamos no limite com a ansiedade de chegar a casa. Por este motivo é necessário respirar fundo e ter consciência que o importante é chegar em segurança, cometer erros nesta fase e deitar tudo a perder é totalmente desnecessário. A autoestrada A52 é esplêndida sobretudo entre Verín e Vigo, com muita montanha e muitas curvas o que a torna perigosa sobretudo durante a noite.

Em Tui paramos novamente, desta vez para o último abastecimento da nossa “epopeia”, estávamos com tempo de sobra e em conversa decidimos abrandar ligeiramente o ritmo para apostar ao máximo na segurança. Conhecemos bem a A3 e como prevíamos que iriamos chegar três horas antes do nosso tempo limite, circulávamos satisfeitos, com sorriso de orelha a orelha, o cansaço não se sentia. Obviamente que com quase 20 horas de condução quase contínua os músculos pediam descanso, as luzes das restantes viaturas obrigavam a semicerrar o sobrolho e os punhos pediam liberdade do guiador. Mesmo assim, consideramos que estava a correr extremamente bem.


Os comunicadores nos capacetes permitiram avisar a família que preparou uma minicomitiva na bomba de combustível de chegada. Após 20 horas e 12 minutos repetimos o procedimento inicial e colocamos combustível nas motos de forma a guardar o talão como comprovativo. Tudo correu de feição, as motos comportaram-se lindamente, o equipamento esteve à altura sem dores de cabeça ou ouvidos provocadas pelo ruído da estrada. Não se verificaram problemas mecânicos ou um único furo. O cansaço que sentíamos era dissimulado pela alegria do nosso objectivo atingido, conseguindo comprovar que motociclos de 125 centímetros cúbicos conseguem percorrer as mesmas distâncias que motos de grandes cilindradas com um conforto elevado, que na nossa opinião, pode ser mesmo equiparado. Percorrer longas distâncias, seja em deslocação de trabalho ou turismo, em viaturas económicas e práticas como este tipo de scooter é perfeitamente plausível!

Julgo que a nossa experiência poderá ajudar quem pretende fazer longas tiradas, independentemente da moto, pelo que partilhamos as nossas sugestões para realização de uma viagem mais segura:
  • Certificar que a moto está em condições de segurança para percorrer uma longa distância.
  • Colocar a pressão adequada nos pneus (a frio).
  • Recorrer a material de proteção com alguma utilização e comprovadamente confortável (casaco, capacete, luvas, botas,…).
  • Garantir que as noites anteriores foram revigorantes, longas e com sono de qualidade.
  • Acordar durante a madrugada e evitar passar a noite na estrada no final de um dia cansativo, consideramos que se o objetivo é circular 24 horas seguidas devem recorrer à circulação noturna enquanto estão mais frescos.
  • Optar por um maior número de paragens, ainda que mais curtas, em alternativa a poucas paragens de períodos alargados.
  • Nunca circular mais de 2 horas seguidas, mesmo que se sintam confortáveis façam uma pequena paragem.
  • Aproveitar as paragens para fazer alguns alongamentos com objetivo de evitar dores musculares e beber bastantes líquidos (água e bebidas que reponham eletrólitos).
  • Circular em velocidade de conforto, procurar o ponto ideal de aerodinâmica em que sentimos algum vento sem que este cause cansaço.
  • Optar por refeições ligeiras, comer pouco, mas com regularidade. Estômagos cheios ou refeições pesadas são aliadas do sono.
  • Em caso de sono, parar e descansar, não existe nenhuma viagem que justifique colocar a segurança em perigo.


Consideramos que as nossas estatísticas não demonstram a verdadeira economia da Honda Forza 125cc no dia a dia, mas permitem ter uma ideia das suas capacidades e performance para longas viagens. Durante a semana anterior ao evento verificamos que os consumos rondaram os 2,3 litros em percursos citadinos sem quaisquer preocupações com médias de consumo de combustível, no nosso evento o seu consumo foi de um litro acima, o que é bastante reduzido para as velocidades que circulamos. Partilhamos o registo dos dados estatísticos verificando apenas uma ligeira diferença na distância percorrida que consideramos ter sido causada pela utilização de pneus absolutamente novos da Forza de cor preta quanto a outra Forza apresenta pneus com meio piso. Os dados do GPS são idênticos à moto de cor preta, que neste caso específico, verificamos coincidirem com o velocímetro quer em distância quer em velocidade instantânea.


Dados Forza preta - Rui Silva
Distância percorrida
1620,4 kms
Tempo de viagem
20:12
Tempo de circulação
17:18
Vel. média viagem
80,94 km/h
Vel. média circulação
94,72 km/h
Consumo em litros
53,89 l
Média de consumo
3,33 l/100
Custo combustível
66,77 €
Portagens Portugal
20,82 €
Portagens Espanha
0,00 €
Custo total:
87,59 €
Dados Forza branca azul - Eduardo
Distância percorrida
1624,8 kms
Tempo de viagem
20:12
Tempo de circulação
17:18
Vel. média viagem
81,16 km/h
Vel. média circulação
94,97 km/h
Consumo em litros
53,92 l
Média de consumo
3,32 l/100
Custo combustível
66,80 €
Portagens Portugal
20,82 €
Portagens Espanha
0,00 €
Custo total:
87,62 €
           

Conclusão
Porquê um IronButt? Porque vivemos com o prazer de andar de moto! Porque é um desafio! Porque é difícil! E além disso, porque não?
Feitos os kms o que tínhamos mudado? Devíamos ter tornado realidade esta aventura há mais tempo!
Para a próxima? Percorrer as 2000 milhas (3220km) em 48 horas numa 110cc

Opiniões
A Nexx, marca Portuguesa, não pára de nos surpreender!
Marca de design inovador e qualidade superior, com este primeiro modelo turístico, o NEXX XT 1, apresenta-nos um capacete mais adaptado a uma utilização turística. Alguns detalhes, que ganham extrema importância com o passar dos km, como a viseira de sol interna, a ventilação ou a ampla viseira com Pin-Lock já incluído, fazem deste capacete um aliado para quem pretenda fazer longas viagens em segurança e com elevado conforto.
Depois do teste intensivo de 1625 quilómetros, e enquanto utilizadores desde há anos de modelos XR1R (um dos quais a versão carbon), em relação a este modelo podemos referir que a diferença de peso para o XT1 não é significativa, pelo menos durante o uso não se percebe.
Em termos de conforto, para o formato das nossas cabeças os NEXX têm uma calota adequada e os revestimentos são de muito boa qualidade e visualmente também muito apelativos! A viseira de sol é um “extra” a que os habituamos muito rapidamente e que se torna quase indispensável na estrada e no entanto impercetível sem causar qualquer incómodo nem reduzir o ângulo de visão. A forma de atuação requereu algum hábito, não por ser difícil, antes pelo contrário o manípulo é bastante suave e preciso, mas apenas por falta de hábito com este sistema.
A ventilação, que não foi muito necessária pelas condições atmosféricas, sempre que abrimos os respiros sentia-se imediatamente o efeito. Pelo que pudemos experimentar, supomos que no calor do verão seja suficiente para manter o conforto dentro do capacete.
Sendo este teste intensivo realizado numa scooter, a aerodinâmica deste capacete surpreendeu pela positiva. Mesmo com ventos laterais e até cruzados, nunca sentimos nenhum impacto negativo no capacete. Não se sente que esteja a fazer esforço contra a deslocação do ar.
De certa forma relacionado com a aerodinâmica, temos o único ponto menos positivo que encontramos neste modelo: a insonorização. Esperamos sempre uma evolução e em relação aos nossos XR1R, um modelo que não foi desenhado como capacete turístico, não notamos uma clara melhoria a nível de ruído. Não nos apercebemos de nenhuma parte em particular do desenho do XT1 que fizesse ruído, mas no seu todo não o consideramos um capacete muito silencioso. Atenção que não queremos dizer com isto que seja mau a este nível ou que seja desconfortável, apenas que depois de nos termos habituado às outras características algo “luxuosas”, as expectativas eram muito altas e estas não foram ultrapassadas, apenas igualadas.
A cereja em cima do bolo, é a possibilidade de instalar o sistema Bluetooth X-COM (da SENA) que depois de instalado nem se percebe que existe! O controlo está perfeitamente enquadrado no design do capacete e todos os componentes, como a bateria por exemplo, têm também o seu espaço já reservado. É mais um luxo que este modelo proporciona e que para utilização turística é perfeito. Já tivemos a possibilidade de testar o sistema BT entre dois capacetes XT1, ambos com o X-COM e só podemos dizer que funciona de maravilha! Comunicação com passageiro, indicações GPS, telefone, música… O sistema faz tudo! E faz tudo bem! Testes com comunicadores Bluetooth de outras marcas também funcionaram, sendo o X-com muito intuitivo e de facílima utilização.
1000 Milhas depois, o capacete merece a nossa “nota máxima”. Não experienciamos nada de negativo que nos faça não gostar do modelo. A questão do ruido poderia ser revista, mas não impede que o NEXX XT1 seja um capacete turístico de excelente qualidade.
Pessoalmente, a verdade é que não ficamos muito surpreendidos… Temos vários capacetes NEXX e todos eles apresentam uma excelente qualidade, design e conforto. Este XT1 não é exceção.
A NEXX, a manter esta qualidade nos seus produtos, tem-nos como clientes garantidos! Há alguns anos que nem sequer equacionamos comprar outra marca de capacetes.
Portugueses, excelente qualidade de construção e acabamentos, relação preço/qualidade imbatível!