Os motociclistas
EDUARDO
NOGUEIRA, 37 anos, desde pequeno que as motas foram a paixão que fazia rodar a
cabeça atrás de qualquer uma que se cruzasse no seu caminho. Com algumas
viagens no seu currículo desde a Europa ao Norte de África e muitos milhares de
km, o gosto pelas duas rodas está para ficar. Gosta de tudo programado ao
pormenor e cumprir horários faz parte da sua forma de estar. Insistente quanto
baste, consegue sempre atingir os seus objetivos.
RUI SILVA, 34
anos, apaixonado pelas duas rodas, conta já com muitos milhares de km em duas
rodas, seja no dia-a-dia em que anda sempre de mota, seja em viagens de várias
semanas pela Europa ou Norte de Africa. Facilmente se adapta a novas e
imprevistas situações, nunca achando que não consegue fazer aquilo a que se
propõe. Desistir não é opção.
Iron Butt Saddlesore 1600Km
Mas afinal, que
coisa de nome estranho é esta da Iron Butt Association e que prova é esta de
fazer 1000 milhas em 24horas?
A Iron Butt
Association (IBA) é uma associação norte-americana dedicada a promover e
certificar seguras e longas viagens de mota em curtos intervalos de tempo.
Imensamente conhecida no panorama norte-americano, na Europa não é assim tão
frequente os motociclistas saberem da sua existência.
De entre as
diversas provas que a IBA propõe, a mais frequente é precisamente a SaddleSore
1000 (1600 Km). Essencialmente esta prova consiste em percorrer 1000 milhas
(1610km) num intervalo de tempo máximo de 24 horas.
O processo de
certificação da viagem decorre de acordo com rígidas normas que implicam, por
exemplo, a existência de testemunhas no início e no fim da viagem, ter
comprovativos devidamente identificados e datados de pontos-chave do percurso,
entre outros. Assim, garante-se que o certificado entregue é realmente entregue
a alguém que o mereceu e que cumpriu as normas exigidas.
Não há prémios,
taças ou medalhas. Há apenas um papel impresso que diz que fizemos determinados
km em determinado tempo. E isso basta! Fazer um IronButt é um desafio de
superação pessoal, não uma busca de reconhecimento ou um prémio. O prémio são
os km feitos e o certificado é apenas um bónus.
Honda Forza 125
Na semana que
antecedeu o evento “1000 milhas @ 125cc” tivemos oportunidade de circular com
as Honda Forza 125cc que nos foram gentilmente cedidas pela Honda Portugal e
pelo concessionário Motoboxe Porto. No caso da Forza de cor preta esta foi
entregue com 0 km pelo que consideramos adequado fazer uma rodagem suave, sem
acelerações a fundo nem atingir velocidades que exigissem rotações elevadas do
motor. Esteticamente é sem dúvida uma moto com um porte imponente que engana à
vista o motor que esconde, quem não conhece o modelo pergunta se é uma 300 ou
uma 500. Consideramos que esta será uma das scooters com melhor estética do
mercado sem comparar cilindradas ou outras características técnicas, preenche
completamente as nossas ideologias com linhas suavemente agressivas, um “olhar”
intenso com recurso a faróis LED e dimensões bastante generosas.
O espaço de
carga da Forza é fenomenal, por baixo do banco esconde-se espaço suficiente
para transportar dois capacetes integrais, para quem pensa em viajar equivale
praticamente a duas malas laterais conseguindo um espaço de carga generoso. Na
frente encontra-se um porta-luvas desenhado para uma garrafa de água sobrando espaço
para colocar a carteira e mais alguns pequenos artigos. A tomada de isqueiro
neste local permite o carregamento dos habituais gadgets de viagem, sejam o
telemóvel, GPS, MP3, etc. Para quem o espaço de carga nunca é suficiente, a
moto vem praticamente pronta para colocação de um suporte para topcase, o que
aliando aos 48 litros de capacidade de carga de origem poderá mesmo ser mais
que suficiente para uma viagem de férias a dois!
Quando premimos
o botão Start soa a um modelo já bem conhecido, a PCX está cá escondida! Esta
ideia fica exclusivamente com a moto ao ralenti, mas desaparece depressa quando
saímos para estrada. A Forza tem um motor suave, linear e calmo, não sentimos
nenhum pico de potência que nos deixe verdadeiramente deliciados mas se entrarmos
em estrada aberta a facilidade com que ultrapassa os 100km/h e mantém-se acima
dessa velocidade impressiona! Esquecemo-nos de que estamos numa 125 e em autoestrada
não precisamos de olhar pelo retrovisor para confirmar se vamos ser
ultrapassados por algum camião, o motor da Forza consegue circular
suficientemente rápido com suavidade e consumos realmente baixos. Os estimados
mais de 1610 quilómetros seriam uma prova dura para qualquer moto, mais ainda
para uma moto com uma cilindrada tão pequena, classificada como citadina. Os
pneus largos transmitem bastante segurança, aliados ao sistema ABS e ao baixo
centro de gravidade torna-se numa moto com boa capacidade a curvar e um sistema
de travagem bastante eficiente. A suspensão é totalmente adequada à moto, em autoestrada
absorve bem as irregularidades sem nunca perder o controlo, em paralelos ou
piso irregular consegue ser confortável e absorver com eficácia as
irregularidades sem causar danos à coluna. A posição de condução é extremamente
relaxada, permite esticar ligeiramente as pernas, os braços numa posição
relaxada com os cotovelos a 90 graus. O banco é de luxo mesmo com mais de 20
horas de condução não causa qualquer mazela ou desconforto.
O vidro
regulável foi uma surpresa, o sistema é de fácil utilização sem necessidade de
utilizar ferramentas para o posicionar. Na posição mais alta protege
completamente o tronco só sentindo algum vendo no topo do capacete, na mais
baixa podemos circular a sentir o vento, o que é bastante agradável em cidade
nos dias mais quentes de Verão.
Comprovamos o
bom funcionamento do sistema Start & Stop, demorando cerca de 3 segundos
para desligar a moto (quando o motor está quente) e o arranque pouco percetível
bastante fluído, praticamente não ouvimos nem sentimos o motor de arranque a
entrar em ação.
Introdução
Cada vez que
saímos para um passeio de moto, independentemente do motivo, terminamos o mesmo
a combinar mais um passeio ou outra “aventura”. Em 2013 fomos à concentração de
Faro e mais uma vez aproveitamos para percorrer a nossa estrada de eleição, a
Nacional 2. O Rui aproveitou para conhecer melhor a PCX, acompanhado pelo
Eduardo na sua Varadero nesta tirada de Chaves a Faro. Aguentamo-nos
razoavelmente em percorrer os 750km num só dia e rapidamente começou a crescer
a ideia de fazer um “Iron Butt” (cu de ferro), conceito que se baseia em fazer
1000 milhas num período máximo de 24 horas contínuas. Conversa puxa conversa
ficou no ar a ideia, com motos de média cilindrada e com velocidades no limite
legal parecia um desafio “demasiado” fácil, pelo que procuramos informação e
registos na página da Iron Butt Association (IBA) e encontramos muito poucos
registos na categoria de scooters, tendo a IBA até criado uma categoria
especial para cilindradas abaixo dos 300cc por causa dum motociclista americano
que fez a prova numa scooter com 298cc nas 24 horas limite. Aproveitando a
experiência que tínhamos com a Honda PCX surgiu a ideia de percorrer esta
distância numa 125cc e sem dúvida que a Honda Forza foi a escolha acertada!
Crónica desta aventura
Depósitos
cheios às 04:22, os pouco mais de 10 litros por depósito deixam muita inveja a
quem anda de automóvel e precisa de depósitos superiores a 35 litros para
percorrer a mesma distância… Seguimos pela A1 em direção a sul maravilhados
pela excelente iluminação LED, com extrema precisão na direção da luz e na
qualidade emitida. Estávamos “frescos” e a temperatura ajudava, só paramos em
Tomar para abastecimento, as motos ainda não se encontravam na reserva, mas
verificamos uma autonomia relativamente baixa que se deveu ao vento contrário
que se sentia e velocidade de circulação quase no limite do razoável da Forza.
Mesmo assim uma média de consumo aceitável para as velocidades que circulamos,
foi a nossa pior média da viagem e rondou os 3,6 l/100. Seguimos pela A23 onde
nos apercebemos que a viseira solar incorporada no capacete torna-se
indispensável sobretudo no nascer e por de sol quando este incide diretamente
contra nós.
O percurso foi definido a tentar evitar esta desvantagem, mas não sendo totalmente possível evitar o desconforto provocado pelo sol e quando se percorre estradas montanhosas a luminosidade pode mudar radicalmente pelo que é bem mais simples a viseira interna que a utilização dos tradicionais óculos que obriga a paragens para a colocação ou remoção dos mesmos em segurança.
Saímos na IP2 em direção a Elvas, percurso feito na ordem dos 90 km/h e com médias muito próximas dos 2l/100. A estrada é excelente e foi o troço mais agradável da viagem. Fomos obrigados a “desviar-nos” dos pássaros com muita frequência, eram imensos e faziam pontaria às motos, tivemos sorte e não ocorreu nenhum encontro imediato! Este era o fim-de-semana da operação de controlo de velocidade e encontramos alguns radares escondidos atrás de arbustos ou placards informativos, juntos a carros descaracterizados e sempre posicionados nas longas retas.
Entramos em Espanha, desapareceram as portagens e o custo de combustível baixou. Para comprovar o registo do percurso abastecemos em todos os pontos de viragem, em Mérida fizemos mais uma paragem e abastecimento, já o sol estava forte e o dia bem agradável.
O percurso foi definido a tentar evitar esta desvantagem, mas não sendo totalmente possível evitar o desconforto provocado pelo sol e quando se percorre estradas montanhosas a luminosidade pode mudar radicalmente pelo que é bem mais simples a viseira interna que a utilização dos tradicionais óculos que obriga a paragens para a colocação ou remoção dos mesmos em segurança.
Saímos na IP2 em direção a Elvas, percurso feito na ordem dos 90 km/h e com médias muito próximas dos 2l/100. A estrada é excelente e foi o troço mais agradável da viagem. Fomos obrigados a “desviar-nos” dos pássaros com muita frequência, eram imensos e faziam pontaria às motos, tivemos sorte e não ocorreu nenhum encontro imediato! Este era o fim-de-semana da operação de controlo de velocidade e encontramos alguns radares escondidos atrás de arbustos ou placards informativos, juntos a carros descaracterizados e sempre posicionados nas longas retas.
Entramos em Espanha, desapareceram as portagens e o custo de combustível baixou. Para comprovar o registo do percurso abastecemos em todos os pontos de viragem, em Mérida fizemos mais uma paragem e abastecimento, já o sol estava forte e o dia bem agradável.
Foi nesse
momento que pela primeira vez tivemos consciência que seriamos capazes de
conseguir levar esta aventura a um final de sucesso, pois encontrávamo-nos algo
adiantados no tempo para a distância percorrida. Foi uma paragem importante,
pois permitiu descontrair um pouco e ficar com a noção que íamos com margem
suficiente para algumas paragens de descanso e não apenas para efetuar abastecimentos
sob pressão. Sorrimos, ficamos animados e mais relaxados.
Não chegamos a entrar em nenhum bar ou restaurante para as refeições. Durante as paragens ingeríamos um petisco, uma barra de cereais ou uma sande sem sequer nos sentarmos face à necessidade de manter as pernas esticadas. Ao recorrer a refeições leves evitamos o sobre esforço do estômago para uma refeição mais completa e desta forma não sentiríamos a tradicional sonolência após almoço.
Na zona de Valladolid já contabilizávamos cerca de 12 horas de viagem e o cansaço começava a sentir-se, mas ao contrário do que seria esperado o banco da Forza é de um conforto fenomenal além de que a posição de condução é bastante relaxada, os braços ficam com os cotovelos num ângulo praticamente perpendicular e só peca por não ser possível esticar completamente as pernas. O vidro na posição mais elevada permite uma boa aerodinâmica e o pouco peso do capacete XT1 da Nexx não se fazia sentir, além de que a insonorização do mesmo é bastante adequada para a utilização do intercomunicador com conforto auditivo, permitindo ouvir música e evitar a melancolia das longas retas Espanholas.
A partir de
Burgos a paisagem mudava, seguimos em direção a Oeste no “regresso a casa”,
pelo que à nossa esquerda tínhamos planícies a perder de vista com um leve
verde primaveril, à nossa direita víamos a cordilheira dos Picos da Europa
ainda com muita neve. Os peregrinos nos caminhos de Santiago seguiam
paralelamente, no mesmo sentido que nós e embora ainda tivessem de percorrer
aproximadamente a mesma distância que nós, ainda distavam muitos dias de
caminhada para o seu destino.
Em direção a Este o sol escondia-se atrás das montanhas de Sanabria, Portugal estava mesmo ao nosso lado mas ainda faltam algumas centenas de kms e algumas horas para terminarmos a nossa viagem. Em Verín fizemos uma pequena paragem onde os pais do Eduardo aguardavam-nos.
A sensação de regresso já tinha ocupado a nossa mente e é nestes momentos que as viagens se tornam mais perigosas, nos momentos que estamos mais seguros e confiantes cometemos mais erros, fazemos manobras mais abusivas e andamos no limite com a ansiedade de chegar a casa. Por este motivo é necessário respirar fundo e ter consciência que o importante é chegar em segurança, cometer erros nesta fase e deitar tudo a perder é totalmente desnecessário. A autoestrada A52 é esplêndida sobretudo entre Verín e Vigo, com muita montanha e muitas curvas o que a torna perigosa sobretudo durante a noite.
Em direção a Este o sol escondia-se atrás das montanhas de Sanabria, Portugal estava mesmo ao nosso lado mas ainda faltam algumas centenas de kms e algumas horas para terminarmos a nossa viagem. Em Verín fizemos uma pequena paragem onde os pais do Eduardo aguardavam-nos.
A sensação de regresso já tinha ocupado a nossa mente e é nestes momentos que as viagens se tornam mais perigosas, nos momentos que estamos mais seguros e confiantes cometemos mais erros, fazemos manobras mais abusivas e andamos no limite com a ansiedade de chegar a casa. Por este motivo é necessário respirar fundo e ter consciência que o importante é chegar em segurança, cometer erros nesta fase e deitar tudo a perder é totalmente desnecessário. A autoestrada A52 é esplêndida sobretudo entre Verín e Vigo, com muita montanha e muitas curvas o que a torna perigosa sobretudo durante a noite.
Em Tui paramos novamente, desta vez para o último abastecimento da nossa “epopeia”, estávamos com tempo de sobra e em conversa decidimos abrandar ligeiramente o ritmo para apostar ao máximo na segurança. Conhecemos bem a A3 e como prevíamos que iriamos chegar três horas antes do nosso tempo limite, circulávamos satisfeitos, com sorriso de orelha a orelha, o cansaço não se sentia. Obviamente que com quase 20 horas de condução quase contínua os músculos pediam descanso, as luzes das restantes viaturas obrigavam a semicerrar o sobrolho e os punhos pediam liberdade do guiador. Mesmo assim, consideramos que estava a correr extremamente bem.
Os
comunicadores nos capacetes permitiram avisar a família que preparou uma
minicomitiva na bomba de combustível de chegada. Após 20 horas e 12 minutos
repetimos o procedimento inicial e colocamos combustível nas motos de forma a
guardar o talão como comprovativo. Tudo correu de feição, as motos
comportaram-se lindamente, o equipamento esteve à altura sem dores de cabeça ou
ouvidos provocadas pelo ruído da estrada. Não se verificaram problemas
mecânicos ou um único furo. O cansaço que sentíamos era dissimulado pela
alegria do nosso objectivo atingido, conseguindo comprovar que motociclos de
125 centímetros cúbicos conseguem percorrer as mesmas distâncias que motos de
grandes cilindradas com um conforto elevado, que na nossa opinião, pode ser
mesmo equiparado. Percorrer longas distâncias, seja em deslocação de trabalho
ou turismo, em viaturas económicas e práticas como este tipo de scooter é
perfeitamente plausível!
Julgo que a nossa
experiência poderá ajudar quem pretende fazer longas tiradas, independentemente
da moto, pelo que partilhamos as nossas sugestões para realização de uma viagem
mais segura:
- Certificar que a moto está em condições de segurança para percorrer uma longa distância.
- Colocar a pressão adequada nos pneus (a frio).
- Recorrer a material de proteção com alguma utilização e comprovadamente confortável (casaco, capacete, luvas, botas,…).
- Garantir que as noites anteriores foram revigorantes, longas e com sono de qualidade.
- Acordar durante a madrugada e evitar passar a noite na estrada no final de um dia cansativo, consideramos que se o objetivo é circular 24 horas seguidas devem recorrer à circulação noturna enquanto estão mais frescos.
- Optar por um maior número de paragens, ainda que mais curtas, em alternativa a poucas paragens de períodos alargados.
- Nunca circular mais de 2 horas seguidas, mesmo que se sintam confortáveis façam uma pequena paragem.
- Aproveitar as paragens para fazer alguns alongamentos com objetivo de evitar dores musculares e beber bastantes líquidos (água e bebidas que reponham eletrólitos).
- Circular em velocidade de conforto, procurar o ponto ideal de aerodinâmica em que sentimos algum vento sem que este cause cansaço.
- Optar por refeições ligeiras, comer pouco, mas com regularidade. Estômagos cheios ou refeições pesadas são aliadas do sono.
- Em caso de sono, parar e descansar, não existe nenhuma viagem que justifique colocar a segurança em perigo.
Consideramos
que as nossas estatísticas não demonstram a verdadeira economia da Honda Forza
125cc no dia a dia, mas permitem ter uma ideia das suas capacidades e
performance para longas viagens. Durante a semana anterior ao evento
verificamos que os consumos rondaram os 2,3 litros em percursos citadinos sem
quaisquer preocupações com médias de consumo de combustível, no nosso evento o
seu consumo foi de um litro acima, o que é bastante reduzido para as velocidades
que circulamos. Partilhamos o registo dos dados estatísticos verificando apenas
uma ligeira diferença na distância percorrida que consideramos ter sido causada
pela utilização de pneus absolutamente novos da Forza de cor preta quanto a
outra Forza apresenta pneus com meio piso. Os dados do GPS são idênticos à moto
de cor preta, que neste caso específico, verificamos coincidirem com o
velocímetro quer em distância quer em velocidade instantânea.
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Conclusão
Porquê um
IronButt? Porque vivemos com o prazer de andar de moto! Porque é um desafio!
Porque é difícil! E além disso, porque não?
Feitos os kms o
que tínhamos mudado? Devíamos ter tornado realidade esta aventura há mais
tempo!
Para a próxima?
Percorrer as 2000 milhas (3220km) em 48 horas numa 110cc
Opiniões
A Nexx, marca
Portuguesa, não pára de nos surpreender!
Marca de design
inovador e qualidade superior, com este primeiro modelo turístico, o NEXX XT 1,
apresenta-nos um capacete mais adaptado a uma utilização turística. Alguns
detalhes, que ganham extrema importância com o passar dos km, como a viseira de
sol interna, a ventilação ou a ampla viseira com Pin-Lock já incluído, fazem
deste capacete um aliado para quem pretenda fazer longas viagens em segurança e
com elevado conforto.
Depois do teste
intensivo de 1625 quilómetros, e enquanto utilizadores desde há anos de modelos
XR1R (um dos quais a versão carbon), em relação a este modelo podemos referir
que a diferença de peso para o XT1 não é significativa, pelo menos durante o
uso não se percebe.
Em termos de
conforto, para o formato das nossas cabeças os NEXX têm uma calota adequada e
os revestimentos são de muito boa qualidade e visualmente também muito
apelativos! A viseira de sol é um “extra” a que os habituamos muito rapidamente
e que se torna quase indispensável na estrada e no entanto impercetível sem
causar qualquer incómodo nem reduzir o ângulo de visão. A forma de atuação
requereu algum hábito, não por ser difícil, antes pelo contrário o manípulo é
bastante suave e preciso, mas apenas por falta de hábito com este sistema.
A ventilação,
que não foi muito necessária pelas condições atmosféricas, sempre que abrimos
os respiros sentia-se imediatamente o efeito. Pelo que pudemos experimentar,
supomos que no calor do verão seja suficiente para manter o conforto dentro do
capacete.
Sendo este
teste intensivo realizado numa scooter, a aerodinâmica deste capacete
surpreendeu pela positiva. Mesmo com ventos laterais e até cruzados, nunca
sentimos nenhum impacto negativo no capacete. Não se sente que esteja a fazer
esforço contra a deslocação do ar.
De certa forma
relacionado com a aerodinâmica, temos o único ponto menos positivo que
encontramos neste modelo: a insonorização. Esperamos sempre uma evolução e em
relação aos nossos XR1R, um modelo que não foi desenhado como capacete
turístico, não notamos uma clara melhoria a nível de ruído. Não nos apercebemos
de nenhuma parte em particular do desenho do XT1 que fizesse ruído, mas no seu
todo não o consideramos um capacete muito silencioso. Atenção que não queremos
dizer com isto que seja mau a este nível ou que seja desconfortável, apenas que
depois de nos termos habituado às outras características algo “luxuosas”, as
expectativas eram muito altas e estas não foram ultrapassadas, apenas
igualadas.
A cereja em
cima do bolo, é a possibilidade de instalar o sistema Bluetooth X-COM (da SENA)
que depois de instalado nem se percebe que existe! O controlo está
perfeitamente enquadrado no design do capacete e todos os componentes, como a
bateria por exemplo, têm também o seu espaço já reservado. É mais um luxo que
este modelo proporciona e que para utilização turística é perfeito. Já tivemos
a possibilidade de testar o sistema BT entre dois capacetes XT1, ambos com o
X-COM e só podemos dizer que funciona de maravilha! Comunicação com passageiro,
indicações GPS, telefone, música… O sistema faz tudo! E faz tudo bem! Testes
com comunicadores Bluetooth de outras marcas também funcionaram, sendo o X-com
muito intuitivo e de facílima utilização.
1000 Milhas
depois, o capacete merece a nossa “nota máxima”. Não experienciamos nada de
negativo que nos faça não gostar do modelo. A questão do ruido poderia ser
revista, mas não impede que o NEXX XT1 seja um capacete turístico de excelente
qualidade.
Pessoalmente, a
verdade é que não ficamos muito surpreendidos… Temos vários capacetes NEXX e
todos eles apresentam uma excelente qualidade, design e conforto. Este XT1 não
é exceção.
A NEXX, a
manter esta qualidade nos seus produtos, tem-nos como clientes garantidos! Há
alguns anos que nem sequer equacionamos comprar outra marca de capacetes.